São inúmeras as histórias de quem, pelas mais variadas razões, teve mota e acabou por vender. Quer seja por ter sido pai ou mãe, por razões financeiras, por deslocalização para um país em que andar de mota seria somente por um curto espaço de tempo (razões de segurança por frio ou neve/gelo), enfim… Não incluo aqui quem, por uma infelicidade, teve um acidente de qualquer natureza que o inibe de o fazer.
Mas por mim falo, uma vez motociclista, sempre motociclista! O bichinho fica, as memórias falam e as saudades daquele desfrutar único começam a pesar.
Eu próprio passei por esse processo quando, por uma das razões acima identificadas, tive de estar durante cerca de um ano e meio sem mota. Nós (eu e a minha mulher) maioritariamente fazemos as nossas viagens e férias de mota.
Durante estes cerca de 18 meses, chegámos a alugar uma mota por dois fim-de-semana, para podermos ir desfrutar e matar as saudades.
Mas chegou então a oportunidade de voltar a ter mota! Perguntámo-nos então, porque não? O prazer que nos proporcionava e o bem que nos fazia eram razões mais que suficientes para tomarmos a decisão.
Cruzei-me por vezes com algumas pessoas que passados uns anos após a venda da sua mota, chegaram a um ponto na vida em que até poderiam voltar a pensar nisso. Na grande maioria, são pessoas que venderam a mota quando tiveram filhos e aí, obviamente o automóvel era a escolha. Entretanto os filhos crescem, ganham asas e voam na direção do seu futuro.
Nesta altura, muitas vezes, os pais fazem um “reset” e as saudades e memórias dos passeios de mota voltam. Só que muitos dizem que o tempo de andar de mota já lá vai, que agora que são mais velhos já não se adequa… PORQUÊ?
É verdade que tudo tem um tempo na vida. Mas é exatamente por isso que há várias razões e maneiras para, e de ser motociclista.
O segredo, poderá estar mais uma vez, na escolha mais acertada da mota que mais se adequará a nós. Viagens mais curtas, mais longas, mais dificuldade em segurar a mota parada e em manobrar, será a solo ou a dois.
Nunca é tarde para voltar a desfrutar do prazer de andar de mota, ainda que, talvez, em moldes diferentes (ou não).
Sabem, por vezes na correria do dia-a-dia, esquecemo-nos de algo muito importante: a vida é curta, e se nós não a vivermos, ninguém a viverá por nós!
Desfrutem, sejam felizes e Boas Curvas