Depois de passar pelo processo de que tipo de mota escolher, há várias maneiras dar o passo seguinte: como escolher a mota, que marca e modelo.
Depois de passar por um período sem mota, decidimos (eu e a minha mulher) dar-nos uma segunda oportunidade. Finalmente tinha chegado a altura em que ficaram reunidas as condições para voltarmos a ter mota. Nem pensámos duas vezes e entrámos então no processo de escolha.
O nosso principal objetivo era conciliar a escolha do coração e a da razão. Na altura a opção foi a BMW R1200 GSA, pois além de querer conhecer algumas zonas mais rurais e interiores do país, tínhamos a intenção de ir a Marrocos.
Para nos certificarmos se seria a escolha acertada, alugámos então uma mota do modelo pretendido (na Motoexplorers, Lisboa), por um fim-de-semana e fizemos uma viagem de teste, tendo sido decisiva na escolha final.
Há uns bons anos atrás um grande amigo meu, que era apaixonado pela Triumph Tiger 900, assim que teve oportunidade, comprou-a. Vermelha, linda. A felicidade durou até tentar sair com ela. Como ele não era muito alto e não teve isso em conta, da primeira vez que se sentou, tombou para a direita. A seguir tentou de novo e tombou para a esquerda. Então veio o desespero ao pensar no disparate que tinha feito em comprar uma mota que não conseguia conduzir.
Apesar das dificuldades, saiu algumas vezes, sempre com a preocupação de parar junto a um passeio para melhor colocar o pé de apoio. Até que se cansou, pois a preocupação era tanta que o desfrutar passou para segundo plano, acabando por vendê-la.
Contudo, não há possibilidade de alugar mota em muitas zonas do país, e muito menos o modelo específico que temos em mente. Uma forma de dar volta à questão, também por ser quase sem custos, são os “Drive Tests” proporcionados pelas diferentes marcas, sendo uma ótima ferramenta de escolha.
Há também muito a tendência da “influência do amigo”. Bem, é a altura de nos lembrarmos de que não há duas pessoas iguais. Claro que a experiência e a opinião de determinado modelo que um amigo/conhecido possua e em quem confiamos, é de ter em conta. Consumos, fiabilidade, custos de manutenção, proteção aerodinâmica, por exemplo, são itens cuja experiência vivida nos pode ajudar.
Pessoalmente, ainda que sempre ouvindo, dou primazia ao que sei, leio e conheço da minha experiência pessoal. Em especial, no que concerne aos consumos e fiabilidade: o primeiro está sempre ligado ao punho da nossa mão direita e o segundo a uma adequada manutenção.
Assim sendo, o que sugiro é que leiam, perguntem a quem sabe e em quem confiem, e acima de tudo, sempre que possível, testem a mota antes de comprar.
Trocar de mota não é bem como trocar de camisa.
Boas curvas