(DES)HONESTIDADE INTELECTUAL

Qualquer actividade intelectual que pressuponha criação e partilha, tem todo o mérito.

Este pressuposto aplica-se a todas as áreas de criação, desde a escrita à música, passando pela pintura, fotografia. Enfim, são só alguns exemplos de uma vasta panóplia de campos de concepção criativa.

Olhando mais para a área da escrita, onde me incluo com o que escrevo neste Blog, o processo de criação começa não com o título do texto ou dissertação, mas com a ideia do tema sobre o qual se vai escrever, período de reflexão e elaboração, ao que se segue a criação da estrutura do texto, sendo esta uma ideia também partilhada pelo experiente jornalista e escritor Martim Mariano, e que a explanou no seu livro “Dar a volta ao texto”.

Quem não quer ou não tem capacidade para conduzir este processo, fica tentado a plagiar os textos ou usar as ideias de outros em seu proveito.

Na minha opinião, por vezes, confunde-se plágio com desonestidade intelectual.

O plágio é a apropriação simples e directa de um produto (texto) já feito, e que alguém o usa e difunde como se fosse seu, mesmo que com pequenas alterações de pormenor.

Mas no meu entender, a Desonestidade Intelectual vai muito mais além.

Neste caso, alguém se apropria da ideia sobre a qual outro escreveu, por vezes até da estrutura do texto escrito, e a partir daí, com a sua forma de redigir, exemplos e demais detalhes, dá uma “roupagem” pessoal ao produto final.

Assim, deliberadamente se escreve com a mesma forma e conceito sobre um assunto já explorado, contornando a questão do plágio. Se não houver essa intenção, referem-se os textos ou entidades que também escreveram sobre determinado assunto, assumindo-as como referência.

Partilhar ideias, experiências ou pensamentos através da escrita é um prazer indescritível, mesmo que ninguém os leia. O processo criativo num Blog e a ideia de que enquanto se escreve, se está simplesmente a conversar com alguém, sem qualquer outro interesse, é por si só, tão remunerador.

Obviamente compreenderão a tristeza que se sente quando parece que alguém comodamente pega nas nossas ideias e assume perante os outros que são suas. Pior ainda, se houver um aproveitamento económico.

Esta reflexão foi só para partilhar convosco que, no meu entender, Desonestidade Intelectual é precisamente, perante os outros, usar o intelecto de outro em proveito próprio.

Como já referi noutros textos, ser motociclista acarreta em si um estado de espírito e uma forma de estar, que deverão sempre estar presentes em qualquer situação da vida e não só quando estamos com o fato e o capacete, na nossa mota.

Esse é um importante contributo com que podemos colaborar para uma sociedade mais justa e honesta.

Boas curvas