A MINHA É MAIOR QUE A TUA (MOTA)

A época do verão é a época do ano a que eu chamo de “silly season”, época (dos) pateta(s), em que os riscos na estrada (rua), aumentam exponencialmente.

Como as condições meteorológicas são mais favoráveis, é a altura em que muitos condutores, de carros e motas, tiram os seus “tesouros” das garagens.

Nada contra, alguns são até dignos de ser admirados.

O problema está, normalmente, entre o volante e as costas do banco nos carros e entre o guiador e o banco, nas motas.

Para desfilar as suas preciosidades pelas ruas, não é preciso comportar-se de tal forma que em vez de causar admiração, causam indignação e até repulsa. Acelerações absurdas, rotundas a queimar pneu que provoca um cheiro horrível a borracha queimada, rateres que além de incomodar, assustam os mais pequenos, enfim a asneira é livre na tentativa de mostrar que a minha é maior que a tua (mota)

No meu entender, este não é um comportamento fácil de combater.

Obviamente que a maior parte destes comportamentos é proibida, mas é impossível ter um agente da autoridade a cada esquina, pois outras situações mais urgentes e graves têm prioridade.

Esta é uma época que conjuga um conjunto de condições em que comportamentos e reações se autoalimentam, naquilo a que chamamos de “pescadinha de rabo na boca”.

Senão vejamos. Estes indivíduos têm estes comportamentos em locais onde têm “público”. Esse é o princípio do exibicionismo (show-off). Como no verão há mais pessoas na rua, nas esplanadas ou jardins, para esses indivíduos o público está assegurado! Como as pessoas ou olham para admirar (sim, ainda há algumas) ou indignadas, o objectivo de chamar a atenção está garantido. Seja por que razão for, as pessoas acabam por olhar!

A única forma de tentar combater este tipo de comportamentos é mostrar indiferença, ignorando estas posturas. Mas obviamente que não é fácil.

Confesso que muitas das vezes, quando passa um indivíduo a fazer rateres e a incomodar toda a gente, cativa a minha atenção. Mas não olho, fico simplesmente atento para ver se, finalmente, aquele pobre motor se parte!

Quantas vezes, de noite, o ruido preponderante é o acelerar do carro ou da mota, avenida acima e/ou avenida abaixo, normalmente com os sistemas de escape alterados para aumentar a sonoridade? E nas rotundas, pela manhã, quando nos apercebemos que há riscos novos no asfalto, mas não são brancos de sinalização! São pretos de borracha, das derrapagens.

Infelizmente, por vezes, fruto do exagero ou falta de experiência, alguns perdem o controlo dos seus veículos, e os acidentes acontecem.

Como condutores ou piões, temos que redobrar a nossa atenção, tentar antever as manobras que vão ser feitas e, em última instância, porque não, evitar passar por alguns locais onde sabemos que normalmente estas “atuações” acontecem.

É mantendo a nossa postura e conduta que mostramos que aqueles exibicionismos não têm que ver com a forma de estar do cidadão responsável, que gosta de viver em sociedade.

Boas curvas

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